Capítulo Um
Quem sou eu?
Olá! Quero me apresentar brevemente para quem ainda não me conhece. Este livro não é sobre mim, mas sobre as lições que aprendi ao caminhar com firmeza nos propósitos de Deus. Minha intenção é que, ao chegar à última página, você possa enxergar sua vida com novos olhos e encontrar um novo significado em Deus.
Nasci em 1995, em Goiânia, enquanto crescia sempre tive tudo o que uma menina sonhava: todos os brinquedos, todas as roupas, todas as viagens, enfim, Deus me deu uma vida financeira estável. E essa foi a minha  primeira lição de vida, muito nova, entendi que o dinheiro poderia ser algo extremamente bom ou extremamente ruim. E você pode pensar “Fácil falar para quem teve tudo”, né? Mas na verdade, não.
Minha infância foi conturbada, pois meus pais viviam em constante atrito. Por isso, tive depressão muito cedo e naquela época a gente ouvia: “Isso é drama, é falta do que fazer”. Por muitos anos, senti medo de compartilhar meus sentimentos, com receio de que as pessoas achassem que realmente era “drama”. Assim, reprimi meus sentimentos por alguns anos, o que  gerou muitos medos em mim, como o medo de casar, de ter filhos e viver o que eles viveram, então o relacionamento dos meus pais, se tornou um um exemplo do que não fazer.
Devido a depressão, tentei suicídio duas vezes, e em uma dessas vezes, foi por viver relacionamentos tóxicos. Sabe aquele sonho de “vou fazer diferente do que a minha família fez?”. Pois é, acabei fazendo exatamente igual. Eu vivi isso em casa, e de forma inconsciente, meu cérebro quis repetir esse padrão. Aqui entramos no universo das mulheres que, marcadas por relações familiares conturbadas, enfrentam desafios na vida pessoal. Muitas de nós carregamos as marcas de raízes tumultuadas, e isso pode se tornar um terreno fértil para frustrações no casamento. No entanto, este livro não visa alimentar a tristeza, mas destacar histórias onde Deus transforma nossas frustrações em força. Diante das ruínas das relações familiares conturbadas, surge uma jornada de resiliência pessoal. Nossa trajetória não é apenas sobre superar, mas sobre construir alicerces firmes a partir de nossas experiências emocionais.
Ao explorarmos nossas histórias, somos convidadas a testemunhar a transformação de mulheres que, inicialmente marcadas pela frustração, descobrem em si mesmas a capacidade de edificar lares sólidos e relações saudáveis. Neste capítulo, não há espaço para vitimização, mas sim para testemunhar a força de Deus em transformar meninas em mulheres que trilharam o caminho da reconstrução. Assim, esta capítulo se torna um convite para todas as mulheres que, como eu, encontraram nas experiências familiares conturbadas um ponto de partida para uma jornada de resiliência
Minha jornada nunca foi fácil. Sempre enfrentei muitas lutas: remédios e mais remédios, crises de pânico, ansiedade, problemas com álcool e tabagismo, uma adolescência rebelde, falta de foco e de perspectiva na vida. Essa era a Karine.
Até que passei pelos momentos mais difíceis da minha vida, e olha que não foram poucos.
Em todos os momentos, eu estive “sozinha”. Não acreditava em nada. Deus? Para mim, Deus era uma piada.
Como um Deus todo-poderoso, criador do céu e da terra, permitiria que uma filha sua passasse por tanto sofrimento? Esse era o meu questionamento. Se eu sou filha de Deus, e nenhum pai quer ver o filho sofrer, por que Deus me deixava passar por tudo isso?
Com o tempo, fui me tornando cada vez mais cética. Não acreditava em nada. E foi aí que cheguei ao fundo do poço. Sem Deus, eu não via razão para viver, não via motivos para tentar. Fui me tornando cada vez mais “vazia”, tentando me preencher com coisas que não matavam a “sede” da alma.
Já ouviram a história de Jesus e a mulher samaritana? Vou colocar aqui para vocês:
O Evangelho de João 4:4-42 relata a história de Jesus e a mulher samaritana: