Quase te conheci

A primeira coisa que quero te dizer é que não há respostas fáceis para o porquê disso ter acontecido. E talvez seja esse o ponto mais desafiador: a aceitação do mistério. A dor da perda não encontra consolo em explicações racionais, porque o amor que temos por nossos filhos transcende qualquer lógica.

Sei que já se questionou o porquê disso. Questionar é humano, é parte do processo de se conectar com a nossa própria vulnerabilidade. Mas algo que pode ser transformador é tentar mudar o foco da pergunta. Em vez de perguntar “por que isso aconteceu?”, às vezes pode ser mais útil perguntar “como posso encontrar significado e propósito nesta dor?”.

Isso não é uma tentativa de minimizar a dor, mas de buscar uma maneira de viver com ela. A dor da perda pode se tornar uma parte de quem você é, mas não precisa definir toda a sua vida. Há um trecho em 2 Coríntios 12:9 que diz:

É no meio da nossa maior fraqueza, da nossa maior dor, que a graça de Deus pode se manifestar de forma mais profunda. Ele não nos prometeu ausência de sofrimento, mas promete estar conosco em meio a ele.

Quando o luto é tão profundo, como no caso da perda de um filho, pode parecer que Deus está distante ou que Ele não nos escuta. Mas a Bíblia nos lembra que Deus coleciona nossas lágrimas (Salmos 56:8). Cada lágrima que você derrama é conhecida por Ele, e cada dor que você sente é sentida também pelo coração do Pai.

É importante reconhecer que essa jornada não é linear. Em alguns dias, você pode sentir que está progredindo, enquanto em outros, a dor pode voltar com toda a força. E isso é parte do processo. Não se cobre por “superar” rapidamente, porque essa é uma dor que pode levar tempo, e tudo bem.

Além disso, o legado do seu filho pode ser algo que te guie nessa jornada. Embora ele tenha passado apenas um breve momento neste mundo, a marca que ele deixou é eterna. Ele viveu dentro de você, foi amado e continuará a ser amado. Talvez, encontrar maneiras de honrar esse amor possa te trazer algum conforto. Seja através de uma obra social em memória dele, de um espaço de reflexão em sua casa, ou simplesmente através da maneira como você escolhe viver a sua vida a partir de agora. Seu filho faz parte de quem você é, e você tem a oportunidade de carregar esse amor de uma forma que traga luz para você e para os outros.

Por fim, permita-se encontrar Deus na dor, não como uma forma de ignorá-la, mas como uma maneira de transformá-la. Talvez não entendamos tudo nesta vida, mas a promessa de Cristo é que um dia todas as lágrimas serão enxugadas, e até lá, você não estará sozinha.

Sei que nós, mães de anjos, passamos por muitas coisas, mas espero que meu testemunho de fé possa te ajudar!

O seu testemunho é lindo, mas ele ainda não está completo. Em breve, espero voltar contando o fim dessa história, com 2,3,4,5 filhos... e um lindo anjo no céu. E assim profetizo essa história para sua vida!