Capítulo Dois
Jesus e a mulher samaritana
Os fariseus ouviram dizer que Jesus estava ganhando mais discípulos e batizando mais pessoas do que João. (De fato, não era Jesus quem batizava, e sim os seus discípulos.) Quando Jesus ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou para a Galileia. No caminho, ele precisava passar pela região da Samaria.
Ele chegou a uma cidade da Samaria chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou menos meio-dia quando Jesus, cansado da viagem, sentou-se perto do poço.
Uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse:
“Por favor, me dê um pouco de água.”
Os discípulos de Jesus tinham ido até a cidade comprar comida. A mulher samaritana lhe respondeu:
“O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então, como é que o senhor me pede água?” Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos. Então Jesus disse:
“Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida.”
Ela respondeu:
“O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é que vai conseguir essa água da vida? Nosso antepassado Jacó nos deu este poço. Ele, seus filhos e seus animais beberam água daqui. O senhor é mais importante do que Jacó?”
Então Jesus disse: “Quem beber desta água terá sede de novo, mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.”
Então a mulher pediu:
“Por favor, me dê dessa água! Assim eu nunca mais terei sede e não precisarei mais vir aqui buscar água.”
“Vá chamar o seu marido e volte aqui!”, ordenou Jesus.
“Eu não tenho marido!”, respondeu a mulher.
Então Jesus disse:
“Você está certa ao dizer que não tem marido, pois já teve cinco, e este que você tem agora não é, de fato, seu marido. Sim, você falou a verdade.”
A mulher respondeu:
“Agora eu sei que o senhor é um profeta! Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo.”
Jesus declarou:
“Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém. Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus. Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem. Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.”
A mulher respondeu:
“Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele vier, vai explicar tudo para nós.”
Então Jesus afirmou:
“Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias.”
Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram admirados, pois ele estava conversando com uma mulher. Mas nenhum deles perguntou à mulher o que ela queria. E também não perguntaram a Jesus por que motivo ele estava falando com ela. Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote, voltou até a cidade e disse a todas as pessoas:
“Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito. Será que ele é o Messias” Muitas pessoas saíram da cidade e foram para o lugar onde Jesus estava. Enquanto isso, os discípulos pediam a Jesus:
“ Mestre, coma alguma coisa!”
Jesus respondeu:
“ Eu tenho para comer uma comida que vocês não conhecem.”
Então os discípulos começaram a perguntar uns aos outros: “Será que alguém já trouxe comida para ele?”
“A minha comida”, disse Jesus “é fazer a vontade daquele que me enviou e terminar o trabalho que ele me deu para fazer. Vocês costumam dizer: ‘ Daqui a quatro meses teremos a colheita.’ Mas olhem e vejam bem os campos: o que foi plantado já está maduro e pronto para a colheita. Quem colhe recebe o seu salário, e o resultado do seu trabalho é a vida eterna para as pessoas. E assim tanto o que semeia como o que colhe se alegrarão juntos. Porque é verdade o que dizem: ‘Um semeia, e outro colhe.’ Eu mandei vocês colherem onde não trabalharam; outros trabalharam ali, e vocês aproveitaram o trabalho deles.”
Muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus porque a mulher tinha dito: “ Ele me disse tudo o que eu tenho feito.” Quando os samaritanos chegaram ao lugar onde Jesus estava, pediram a ele que ficasse com eles, e Jesus ficou ali dois dias. E muitos outros creram por causa da mensagem dele. Eles diziam à mulher:
“Agora não é mais por causa do que você disse que nós cremos, mas porque nós mesmos o ouvimos falar. E sabemos que ele é, de fato, o Salvador do mundo.”
Esses versículos me descrevem.
Para quem não compreendeu, Jesus é a água que mata nossa sede. Quando estamos com sede de água, nada mais resolve: celular, baladas, amores passageiros... a ÁGUA MATA A SEDE, e Jesus é o único que preenche verdadeiramente todo o vazio. Foi aí que entendi que o deserto não é lugar de morada, mas de passagem. Enquanto você estiver no deserto, Deus cuida de você; e, quando você sair do deserto, Deus te honra.
Eu vivia em uma eterna crise existencial, e só percebi isso quando comecei a viver da minha dor. Minha dor virou desculpa para tudo: eu era grossa? “Ah, mas eu não estou bem.” Brigava com alguém? “Você tem que entender, eu não estou bem.” E isso se prolongou por anos. Eu só queria conviver com pessoas feridas. Por que pessoas feridas procuram pessoas feridas? Porque elas precisam de alguém para concordar com sua dor. E eu quase destruí minha vida nesse ciclo horrível.
Eu só me sentia bem perto de pessoas “piores”, porque pessoas melhores despertavam gatilhos emocionais. Eu queria ser aquela pessoa, mas o medo me parava. Quantas vezes o medo me parou? Como o gigante que confrontou Israel no deserto. As palavras daquele gigante não eram medos novos. Eram medos antigos.
Às vezes, estamos tão acostumados com as vozes da nosso gigante que nem nos incomodamos mais. Apenas aceitamos. Tomamos posse de algo que deveríamos rejeitar.
Quando conheci a Deus, fiz uma promessa de que não me envolveria com ninguém, emocionalmente falando. Porém, Deus me devolveu o meu sonho: construir uma família. E esse sonho havia morrido dentro de mim, mas Deus o resgatou. Ele me deu a promessa de que todos os meus traumas familiares seriam curados, e eu conseguiria ter uma família.
Fiz a promessa de que só me envolveria com alguém novamente quando Deus me desse as “respostas” de que essa pessoa seria meu marido. E segui assim.
Como recém-convertida, continuei indo a baladas, ainda dividida entre o mundo espiritual e o mundo carnal. Eu não tinha amizades na igreja, e minhas amigas não queriam viver o mesmo que eu. Então continuei enfrentando diversos problemas, como a carência.