Capítulo Quatro
Vem Levi
Um belo dia, com 37 semanas, meu tampão mucoso saiu em um banho. Liguei para o meu médico que me acompanha, e ele me disse que era normal e que, caso eu sentisse contrações, deveria ligar novamente e ir para o hospital.
Colocamos tudo no carro e ficamos apenas aguardando a chegada do nosso filho.
O Thiago estava sentado na poltrona do quarto e ficou pedindo para o Levi vir: “Vem, filho, pode sair da barriga da mamãe. Já está tudo pronto. As coisas estão no carro, estamos te esperando…”
Até que, no domingo, dia 29/01, com 37 semanas e 5 dias, comecei a sentir contrações, e elas vieram fortes, de 10 em 10 minutos. Liguei para o médico e ele disse: “Avise a família, o Levi está chegando.”
Tomei banho e conversei com o meu pequeno: “Filho, você vai sair da barriga da mamãe, e nós vamos te conhecer…”
Entramos dentro do carro — eu, meu marido e meu sogro. As contrações foram aumentando, de 5 em 5 minutos, e finalmente chegamos à maternidade.
Dei entrada nos documentos e fomos para a sala de exame pré-parto.
Quando fizemos o primeiro exame, várias enfermeiras vieram tentar achar o coraçãozinho, mas não estavam conseguindo. Disseram que ele estava em uma posição difícil de ouvir. Fomos para o ultrassom, com papai e mamãe ansiosos para ver nosso anjo pela última vez na tela, e logo estaríamos com ele em nosso colo.
Foi quando a médica disse que o coraçãozinho de Levi havia parado de bater e que o meu anjo tinha falecido.
Nunca irei me esquecer desse momento. Parecia um daqueles pesadelos dos quais a gente quer acordar, mas não consegue.
O meu bebê, que eu esperei tanto, não está vivo? Como assim?
Nós tínhamos feito um ultrassom 5 dias antes. Como assim o meu Levi não estava mais vivo?
Meu Deus, como doeu ouvir isso. Eu senti naquele momento, que não era só o coraçãozinho dele que havia parado de bater, o meu também parou. E sinto que nunca mais vai bater da mesma forma.
Sentamos naquela sala gelada e oramos para Deus soprar vida sobre ele. Mas não era da vontade d’Ele. Você havia cumprido sua missão aqui na terra.
Seu pai, a todo momento, me olhava e me dizia: “Não me abandona, eu nunca vou soltar da sua mão”
E aí, o seu nome deu total sentido: Levi — unir ou juntar. Eu e seu pai estávamos mais unidos do que nunca.